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Carter (2013) – Nishida: a lugar da dúvida

Data: 2025-10-30 14:42

The Kyoto school

An introduction

* A anterioridade da experiência pura à distinção entre eu e mundo, e a fundação da certeza no fenômeno da consciência

  • A experiência pura sendo anterior ao significado e ao julgamento, inexistindo, portanto, o eu e o mundo
  • O início de Nishida com a dúvida, questionando as suposições de qualquer tipo, assim como Descartes
  • A realização, após reflexão, de que a “existência independente da mente e da matéria é geralmente considerada um fato intuitivo, mas que claramente não é o caso”
  • A impossibilidade de conhecer as coisas separadas da consciência, e o único que se pode conhecer com certeza além de toda dúvida sendo os fenômenos da consciência, como experiência pura, “intuídos” sem inferência ou suposição
  • O corpo sendo também um fenômeno da consciência, pois “não é que a consciência esteja dentro do corpo, mas que o corpo está dentro da consciência”
  • A clarificação adicional por Nishida de que existem apenas fenômenos da consciência, e não fenômenos de matéria e mente, pois os “fenômenos materiais são abstrações de fenômenos da consciência que são comuns a todos nós e que possuem uma relação imutável uns com os outros”

* O surgimento das distinções de eu e mundo a partir da atividade unificadora da realidade

  • A realidade sendo uma atividade e esta atividade sendo uma atividade unificadora, visto que nem a mente nem os objetos materiais existem como entidades independentes separadas da experiência pura
  • A realidade como atividade dentro da consciência incluindo o sentir e o querer
  • As noções de objetividade e subjetividade, juntamente com as distinções de conhecer, querer e sentir, estando todas presentes quando se desempacota retrospectivamente o “significado” do conteúdo da experiência pura e se fazem julgamentos abstratos sobre ele

* A apreensão do princípio unificador através da intuição e do ser

  • A existência de um fator ou princípio unificador por trás de toda a realidade
  • A tentativa contínua de Nishida de colocar seu entendimento do princípio unificador em linguagem rigorosa e precisa, discernível em todo o Investigar
  • A indicação, através da “intuição intelectual” ou de um “apreender da vida,” de como se chega a conhecer a existência deste princípio unificador
  • Este “conhecer” não sendo o conhecer do pensamento ordinário ou da percepção ordinária, sendo o princípio unificador só podendo ser conhecido tornando-se ele, ou apropriando-se dele
  • O princípio unificador sendo uma experiência pura que é anterior às distinções de mente e matéria, e assim por diante, mas que revela a fonte última de tudo o que é
  • A impossibilidade de o princípio unificador ser objetificado, pois, embora torne a objetividade possível, não pode ele mesmo ser objetificado
  • A única forma de o conhecer sendo intuitivamente, ou seja, diretamente
  • A resposta à pergunta do mestre Zen Dogen (que cita um antigo sábio chinês), “Como pensamos o que está além do alcance do pensar?,” sendo que “não o pensamos”
  • A instrução de deixar o eu pensante para trás e tornar-se o princípio unificador
  • A meditação sobre o princípio unificador, mas a não o pensar, nem lutar para não o pensar, permitindo que a experiência pura venha à tona sem o pensar

* O divino como manifestação do universo e a via do amor para o conhecimento da realidade

  • A rejeição por Nishida de uma noção “infantil” de Deus como um ser fora do universo
  • A afirmação de que “Deus é o unificador do universo,” pois o universo é a manifestação de Deus, em terminologia mais religiosa
  • O poder unificador estando dentro de cada um como uma expressão do poder unificador da realidade, dado que cada um é uma parte do universo como manifestação de Deus
  • A ênfase de Nishida de que o entendimento mais profundo da realidade é ganho não através do raciocínio ou da sensação, oferecendo um novo tipo de metafísica
  • O conhecimento da realidade sendo ganho intuitivamente em e através da experiência pura, sendo a sua solução radicalmente experiencial, nem racional nem empírica como dada pelos sentidos
  • A impossibilidade de o conhecimento ser postulado ou de ser apreendido através dos cinco sentidos, mas podendo ser apreendido intuitivamente como experiência pura
  • O conhecer o princípio unificador sendo o ser ele, e o ser ele sendo o vivê-lo
  • O viver o princípio unificador sendo o sentir a unidade de todas as coisas, o parentesco consigo mesmo com a unidade última, e o adquirir encerramento e alegria por ter satisfeito o desejo de compreender esta unidade última
  • Deus sendo o “maior e final unificador da nossa consciência; nossa consciência é uma parte da consciência de Deus e sua unidade provém da unidade de Deus”
  • O amor buscando a unidade, e o “amor é o conhecimento mais profundo das coisas”
  • O conhecimento analítico e o conhecimento inferencial sendo “superficiais,” e “não podem apreender a realidade”
  • A capacidade de alcançar a realidade somente através do amor, sendo o “amor a culminação do conhecimento”

PS: CARTER, Robert Edgar. The Kyoto school: an introduction. Albany (N.Y.): State university of New York press, 2013

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