Solomon (2012) – Nietzsche, ressentimento

Data: 2025-11-03 06:43

What Nietzsche Really Said

* A ênfase de Nietzsche na nobreza e no ressentimento, presente na sua descrição da moralidade de senhor e de servo, constitui uma tentativa de priorizar o caráter, a motivação e a virtude (e com eles, a tradição e a cultura) acima de todos os outros elementos da ética.

* Além disso, a abstração na moral não só oferece uma fachada respeitável para o caráter defeituoso, mas também funciona como uma arma ofensiva para o ressentimento.

* Nietzsche insiste que é fundamental superar a tendência infantil e simplista de pensar toda a valoração em termos de “valores opostos” maniqueístas, como bom e mal, contudo, essa rejeição de “bom e mal” não implica a rejeição de bom e mau.

* O diagnóstico do ressentimento e a linguagem carregada de patologia que envolve a moralidade de escravo comunicam, de forma inequívoca, que a moralidade de escravo é má.

* Não obstante, é possível distinguir entre o que é natural e nobre e o que é reacionário e nascido do *ressentimento*.

* Embora o ressentimento nasça da impotência, Nietzsche vê-o como estando preocupado, ou mesmo obcecado, com o poder.

* O ressentimento é também notável entre as emoções pela sua falta de qualquer desejo positivo específico.

* O ressentimento pode ser uma emoção que começa com a consciência da sua impotência, mas, por meio de compensação, forjou a arma perfeita — uma língua ácida e uma consciência estratégica do mundo, que proporciona paridade, se não vitória, na maioria dos conflitos sociais.


PS: SOLOMON, Robert C. What Nietzsche Really Said. Westminster: Knopf Doubleday Publishing Group, 2012.