Para compreender o problema que é aqui evocado, é necessário aproximá-lo do tema da liberdade tal como é exposto nas últimas páginas de Vom Wesen des Grundes [GA9]. Mais uma vez, a dimensão da facticidade (isto é, da facticidade original ou transcendental) é aqui essencial:
Existir significa sempre: no meio do ente, ser em relação com o ente — com aquele que não é no modo do Dasein, consigo mesmo e com seu semelhante — e isso de tal modo que na própria relação emotivamente situada, aquilo (…)
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Freiheit / freigeben auf / Freilegung / Freisein für / Freien / Frei
Freiheit / liberté / liberdade / freedom / liberdad / freigeben auf / libérer vers / libérer à / Freilegung / libération / liberação / pôr-em-liberdade / exposition / Freisein für / être-libre-pour / ser livre para / being free for / Freien / Frei
Liberdade negativa significa: liberdade de… coerção, um livrar-se de, um afastar-se disso. Liberdade no sentido positivo não tem em vista o afastar-se de…, mas o em direção a; liberdade positiva significa ser-livre para…, manter-se aberto para…, portanto, manter-se aberto para…, deixar-se determinar por meio da…, determinar a si mesmo para… Nisso reside: puramente a partir de si, isto é, a partir de si mesmo, determinar o próprio agir, dar por si mesmo ao agir a sua lei. É nesse sentido da autodeterminação que Kant
Kant
Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou.
concebe positivamente a liberdade; e, além disso, como autoatividade absoluta. [1] Ele a circunscreve como “faculdade”, inerente ao homem, de “se determinar… por si mesmo”. [2] [GA31MAC
GA31
GA 31
GA XXXI
GA31EM
GA31MAC
GA31TS
Vom Wesen der menschlichen Freiheit. Einleitung in die Philosophie (SS 1930) [1982] — Da Essência da Liberdade Humana. Introdução à Filosofia.
:37]
Matérias
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Agamben (2015:275-277) – paixão, como potência passiva e mögen
12 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Declève (1970:57-61) – escuta do Ser presente e oculto na Essência
23 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Pelo contrário, vimos, seguindo os passos sucessivos da meditação, como a questão do ser do ente e do ente em totalidade deixou de visar um horizonte do Dasein para se tornar uma escuta do Ser presente e oculto na Essência.
Mas, em consequência, o pensar já não é simplesmente uma iniciativa do ser-aí; é um acontecimento do próprio Ser no ser-aí. E o início da filosofia já não depende da decisão de um homem: o primeiro pensador só o foi, em rigor, através do pensamento do Ser (…) -
Être et temps : § 40. L’affection fondamentale de l’angoisse comme ouverture privilégiée du Dasein.
16 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
C’est une possibilité d’être du Dasein qui doit nous donner une « révélation » ontique sur lui-même en tant qu’étant. Une révélation n’est possible que dans l’ouverture propre au Dasein, ouverture qui se fonde dans l’affection et le comprendre. Dans quelle mesure l’angoisse est-elle une (…) -
GA31:196-199 – ação
12 de março de 2024, por Cardoso de CastroCasanova
Essa apreensão da causalidade conduz, então, a um conceito que é dotado de significação para o problema do acontecimento [229] em geral e para o acontecimento da essência livre em particular; trata-se do conceito da ação. Nós costumamos usar para esse termo com frequência a palavra grega praxis (prattein – levar algo a cabo) e entender o elemento prático, por sua vez, em uma dupla significação: 1. O “homem prático”, que possui habilidades e sabe empregá-las no momento dado da (…) -
Sallis (2019:164-167) – discussão de Merleau-Ponty sobre a liberdade
15 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Um dos principais objetivos da discussão de Merleau-Ponty sobre a liberdade é colocar esta questão da praxis e da relação da filosofia com a praxis. Vamos esboçar o seu argumento sobre a liberdade:
(1) Em primeiro lugar, pode argumentar-se que o sujeito não é uma coisa; logo, não é determinado por uma causalidade objetiva: "Para alguém ser determinado por algo do exterior, teria de ser ele próprio uma coisa" (Phénoménologie da la Perception, p. 496). Mas se não pode haver (…) -
Être et temps : § 61. Pré-esquisse du pas méthodique conduisant de la délimitation de l’être-tout authentique propre au Dasein à la libération phénoménale de la temporalité.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Un pouvoir-être-tout authentique du Dasein a été existentialement projeté. L’explicitation [302] du phénomène a dévoilé l’être authentique pour la mort comme devancement . Dans son attestation existentielle, le pouvoir-être authentique du Dasein a été mis au jour comme résolution et en (…) -
GA31:20-26 – liberdade negativa, positiva e transcendental
14 de julho de 2017, por Cardoso de CastroMartineau
Jusqu’à maintenant, en éclaircissant la tâche, le thème et son mode de traitement, nous nous en sommes simplement tenus au concept négatif de la liberté. Et ce n’est point un hasard si nous sommes partis de cette « liberté négative ». En effet, partout où prend naissance un savoir de la liberté, la liberté est d’abord sue au sens négatif, comme indépendance vis-à-vis de… Et cette imposition de la liberté négative, et peut-être du négatif en général, présuppose que l’être-libre (…) -
Être et temps : § 74. La constitution fondamentale de l’historialité.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Facticement, le Dasein a à chaque fois son « histoire », et, s’il peut l’avoir, c’est parce que l’être de cet étant est constitué par l’historialité. Il nous faut maintenant justifier cette thèse, avec l’intention d’exposer le problème ontologique de l’histoire en tant que problème (…) -
GA34: Estrutura da Obra
7 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. française de Alain Boutot
Considérations introductives
§ 1. Que nos préjugés concernant l’« essence » et la « vérité », tout en « allant de soi », sont dignes d’être mis en question
§ 2. Le retour au cour de l’histoire du concept de vérité n’a pas pour but de confirmer historiquement nos préjugés, mais de nous faire entrer dans le domaine de l’expérience grecque initiale de l’aletheia (l’ouvert sans retrait)
PREMIERE PARTIE - LE SIGNE VERS L’« ESSENCE » DE L’ALETHEIA. UNE (…) -
GA42: Estrutura da Obra
9 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTraducción, notas y epílogo Alberto Rosales
Introductory Remarks of the Lecture Course, Summer Semester, 1936
1. Schelling’s Work and the Task of This Interpretation
2. Schelling’s Dates; Editions of His Work, and Literature on Him
3. Schelling’s Question about Freedom as Historical Questioning about Being
4. Schelling and Hegel
A. Interpretation of the First Discussions in Schelling’s Treatise
Introduction to the Introduction (pages 7-9)
1. Freedom in the Scientific World (…) -
Raffoul (2010:8-10) – quatro temas na interpretação tradicional de responsabilidade
20 de junho de 2023, por Cardoso de CastroQuatro temas governam a interpretação tradicional da responsabilidade, o que chamaríamos de quatro "conceitos fundamentais" do discurso tradicional da responsabilidade:
1. The belief that the human being is an agent or a subject, i.e., the reliance on subjectivity (with subjectum in its logical or grammatical sense of foundation) as ground of imputation. A critique of such a subject, whether Nietzschean in inspiration, phenomenological or deconstructive, will radically transform our (…) -
GA31: Estrutura da Obra
6 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. em português de Marco Antonio Casanaova
CONSIDERAÇÃO PRÉVIA
§ 1. A aparente contradição entre a questão "particular" acerca da essência da liberdade humana e a tarefa "geral" de uma introdução
a) O "particular" do tema e o "universal" de uma introdução à filosofia
b) Supressão das restrições à questão acerca da essência da liberdade humana em direção ao todo do ente (mundo e Deus) na discussão provisória da liberdade "negativa". A peculiaridade do questionamento filosófico em (…) -
Merleau-Ponty (1945/2006:496-499) – não há causalidade entre sujeito e corpo, mundo, sociedade
15 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroRibeiro de Moura
Mais uma vez, é evidente que não é concebível nenhuma relação de causalidade entre o sujeito e seu corpo, seu mundo ou sua sociedade. Sob pena de perder o fundamento de todas as minhas certezas, não posso pôr em dúvida aquilo que minha presença a mim mesmo me ensina. Ora, no momento em que me dirijo a mim mesmo para me descrever, entrevejo um fluxo anônimo, um projeto global em que ainda não existem “estados de consciência” nem, com mais razão ainda, qualificações de (…) -
Être et temps : § 82. Dissociation de la connexion ontologico-existentiale entre temporalité, Dasein et temps du monde par rapport à la conception hegélienne de la relation entre temps et esprit.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Introduction
L’histoire, qui est essentiellement histoire de l’esprit, se déroule « dans le temps ». Donc, « le développement de l’histoire tombe dans le temps » . Hegel, cependant, ne se contente point de poser l’intratemporalité de l’esprit comme un fait, mais il cherche à comprendre (…) -
Arendt (Free) – revolução e liberdade
9 de janeiro de 2020, por Cardoso de CastroDuarte
A palavra “revolução”, como qualquer outro termo de nosso vocabulário político, pode ser utilizada em um sentido genérico, sem levarmos em conta a sua origem e o momento temporal em que foi aplicada pela primeira vez a um fenômeno político específico. A suposição de tal utilização é que, não importa quando e por que o termo apareceu pela primeira vez, o fenômeno ao qual ele se refere é coetâneo da memória humana. A tentação de utilizar a palavra em termos genéricos é especialmente (…) -
GA67: Estrutura da Obra
22 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTradução brasileira de Marco Antonio Casanova
A SUPERAÇÃO DA METAFÍSICA
1. A Superação da metafísica
2. A Superação da metafísica
3. História do seer e Superação da metafísica
4. A Volatização (Verflüchtigung) do ser
5. A metafísica e o Predomínio do Ente. Impotência e Volatização do Seer
6. "Superação"
7. Para a Configuração do Texto
8. Para a Concepção Correta da Totalidade
9. A Superação da metafísica através do seer
10. A Superação enquanto História do seer
11. O (…) -
Beaini (1981:46-52) – homem e ser
11 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroNosso título refere-se à essência (o que constitui uma coisa enquanto tal, o que a define de modo mais próprio) humana. Mas em que consiste a essência do homem? Já mostramos que o homem não é alguém que se fecha em si, ele constitui-se pelo fato de sair de si, de abrir-se.
Heidegger fala da essência do homem nos seguintes termos:
“A ‘essência’ do ser-aí em sua existência.”
Mas, o que é a existência? É deste tema, e de outros nele implicados, que passaremos a tratar. Ec-sistir é (…) -
GA31:134-136 – liberdade é mais originária que o homem
12 de março de 2024, por Cardoso de CastroCasanova
[…] a essência da liberdade só é vista propriamente, quando a buscamos como o fundamento da possibilidade do ser-aí, como aquilo que ainda reside antes de ser e tempo. Visto em relação com o esquema, precisamos levar a termo um deslocamento completo do lugar da liberdade, de tal modo que venha à tona agora o fato de que o problema da liberdade não se encontra embutido na questão diretriz e na questão fundamental, mas, ao contrário, é a questão diretriz da metafísica que se baseia (…) -
GA9:187-189 – deixar-ser [Sein-lassen]
27 de maio de 2023, por Cardoso de CastroA hostilidade contra a tese que diz que a essência da verdade é a liberdade apoia-se em preconceitos dos quais os mais obstinados são: a liberdade é uma propriedade do homem; a essência da liberdade não necessita nem tolera um exame mais amplo; o que é o homem, cada qual o sabe.
Ernildo Stein
Entretanto, a indicação de uma conexão essencial entre a verdade como conformidade e a liberdade abala esses preconceitos, suposto, evidentemente, que estejamos dispostos para uma transformação do (…) -
GA27:214-217 – Filosofar como transcender faz parte da essência do ser-aí humano
1º de fevereiro de 2023, por Cardoso de Castro12. Transcender é filosofar, quer aconteça de maneira implicitamente velada, quer seja tomado expressamente.
Mostramos que a essência do teórico reside no deixar-ser o ente nele mesmo e denominamos esse deixar-ser uma ação originária do ser-aí. Agora fica claro com que riqueza o deixar-ser acontece no projeto ontológico, no transcender. Esse é, porém, o acontecimento fundamental da própria existência. Anteriormente denominamos esse deixar-ser o ente indiferença metafísica, uma serenidade (…)
Notas
- Arendt (BPF:C2) – sentido e fim
- Arendt (LM:II.1.1) – liberdade e saúde
- Ferreira da Silva (2009:47-49) – O homem é liberdade
- Ferreira da Silva (2009:49-50) – a façanha do eu
- Figal (2005:80-81) – liberação [Freigabe]
- GA29-30:223-224 – Entschlossenheit
- GA29-30:254-255 – libertação do ser-aí no homem
- GA31:302-303 – O problema da causalidade é um problema da liberdade
- GA42 (1971:215-216) – o mal (Böse)
- GA6T2:485 – nada acontece
- GA9:189-191 – a liberdade possui o homem
- Gelven (1972:29-30) – culpa [Schuld]
- Haar (1990:136-138) – pensamento como escuta
- McNeill (2006:62-63) – engajamento proto-ético
- Schelling (Weltalter) – busca pelo início
- Schuback (1998:28,31) – exemplaridade humana
- SZ:193 – Sich-vorweg-sein / ser-adiantado-em-relação-a-si
- SZ:266 - ser para a morte